quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Aplicar.

Sabes o que és, até conseguires ver?
Ver esse particular poder, o poder de olhar com olhos de ver.
Tentas essa alquimia do desejo, esse que não podes tentar ter. 
No oposto da razão, basta tentares, ter esse poder de ver.
Esse intrínseco momento, daquele toque que quase ninguém percebe, faz falta na alma de alguém que te percebe. Outrem vasculha o discreto e encoberto, fazendo abrir uma negação. Esse nostálgico lugar em que alguém que pode ver, se perde.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Fala-me amanhã.

A minha respiração fica travada quando penso em ti.
Não deixa passar esse profundo tempo de segundos, em que ocorre uma tal de libertação.
Não me apetece ficar assim, engasgada no que vivemos.
Apetece-me remover e adicionar regras, para as quebrar.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O pior do melhor.

Sabes esse tempo de exaustão?
Sabes o tempo de espera, de felicidade gratuita, algo fugaz e ardente?
Os meus hábitos vão diminuindo, esperando sentados no canto da janela, a ver passar os raios cheios de luz.
Conheces os meus traços?
Conheces a minha voz silenciosa e o seu grito no interior?
Nada passa senão plenitude cansada e meios incompletos.
Se te pedisse entendias?
Se te pedisse, irias ao longínquo e voltavas?

Ruas e mais ruas, céus e cores vistas de baixo, e eu de silêncio inóspito, continuo a ver-te passar.
Coisas que já não passam na minha pele, brisa que já não se sente.

Olho para as minhas mãos e vejo-as com seguimento, com prazer e pressa.
Vejo-as com desespero e admiração, vejo-as com uma busca de felicidade.

É desta forma que ninguém sabe o meu tempo, é assim que ninguém me pode conhecer,
por breves ruas, cores e céus. 
Portanto não vou pedir nada.

domingo, 4 de novembro de 2012

timing

E esse encontro é para hoje? 
O lado de cá ganha as batalhas, e eu sinto o peito com cansaço e exactidão.
São que horas?
A nostalgia cresce em mim e os meus pensamentos são controláveis, temo o que a minha própria mente pode vir a fazer quando a montanha se afundar.
O traço inútil que nos dão leva a um eterno caminho, o caminho do substituível, portanto vou parar as horas amanhã, e deixar-me apenas com os ponteiros do relógio.

domingo, 14 de outubro de 2012

Desencontros

O tempo não me dá tempo para pensar no tempo que tenho, dá-me espaços vazios e desencontros.
As duas palavras juntas, 'não sei' é o indeterminado que dá fé na minha vida.
Isto é tudo igual?

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Já não existe tempo.

-Sabes que não me vejo? 
Não sei se faço o que penso ou se não falo simplesmente o que não penso.
Sinto-me presa e não me consigo encontrar.
Será agora a breve limpeza do meu tempo inacabado? 
Vou perdendo aos poucos a preocupação desse tempo, deixando ir com os mares a minha bússola quebrada, sem ponta de espírito ou de indicação, é assim que me sinto. 
A vontade de ter os olhos a brilhar já não é liberta para o infinito, agora o prazer é quieto e fixo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

relógio paralelo


As cinco horas passam à primeira vista, vejo tudo e penso no que sinto, revejo e acerto.
Sei o que estás a tentar esconder, afastando o que tentas, eu estou deste lado e sinto o verbo sorrir, esse que dou a conhecer com a normal conjugação, fazendo achares a primeira e segunda pessoa do plural.
Eu vejo-te a andar à minha frente, com dez passos de avanço, vês-me a olhar quando te viras e fechas tudo.
Não vás nem fiques, pára apenas... deixa-me poder soletrar o que aqui vai.
Controlando o que temos, e não sendo ilusão, vive. Sei que te importas, mas não feches a porta do saber, deixa apenas uma janela pequenina para te poder ver.
Eu convido para poderes visitar-me, estou preparada para tudo neste incerto, saltar, cair, esperar, observar, segredar, encontrar, descobrir, ver e desassossegar, sendo passageira desta viagem.